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quinta-feira, 27 de outubro de 2011
Mitologia - José Saramago
Ou deuses, noutros tempos, eram nossos
Porque entre nós amavam. Afrodite
Ao pastor se entregava sob os ramos
Que os ciúmes de Hefesto iludiam.
Da plumagem do cisne as mãos de Leda,
O seu peito mortal, o seu regaço,
A semente de Zeus, dóceis, colhiam.
Entre o céu e a terra, presidindo
Aos amores de humanos e divinos,
O sorriso de Apolo refulgia.
Quando castos os deuses se tornaram,
O grande Pã morreu, e órfãos dele,
Os homens não souberam e pecaram.
Porque entre nós amavam. Afrodite
Ao pastor se entregava sob os ramos
Que os ciúmes de Hefesto iludiam.
Da plumagem do cisne as mãos de Leda,
O seu peito mortal, o seu regaço,
A semente de Zeus, dóceis, colhiam.
Entre o céu e a terra, presidindo
Aos amores de humanos e divinos,
O sorriso de Apolo refulgia.
Quando castos os deuses se tornaram,
O grande Pã morreu, e órfãos dele,
Os homens não souberam e pecaram.
Mais poemas no blog:
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
A vida secreta das palavras
"- Pensei que você e eu talvez pudéssemos ir a algum lugar juntos, um destes dias...hoje...agora mesmo...vem comigo.
- Não, eu......creio que não vá ser possível.
- Por que não?
- Porque se vamos a algum lugar juntos, tenho medo que um dia, talvez não hoje, nem amanhã, mas um dia, de repente.....pode ser que eu comece a chorar e chore tanto que nada nem ninguém possa impedir. E as lágrimas encham o quarto e me falte o ar e te arraste comigo e nos afoguemos os dois.
- Aprenderei a nadar, Hanna. Prometo. Aprenderei a nadar".
(Trecho final do filme "A vida secreta das palavras").
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
Uma criatura dócil - Dostoiévski (fragmento).
"Sou mestre na arte de falar em silêncio, passei minha vida toda conversando em silêncio e em silêncio acabei vivendo tragédias inteiras comigo mesmo. Oh, pois eu também era infeliz! Fui desprezado por todos, desprezado e esquecido, e ninguém, absolutamente ninguém sabe disso! E depois, de repente, vem essa garota (...), pega de gente infme detalhes sobre a minha vida e pensa que sabe tudo, enquanto o que é secreto continua encerrado no peito deste homem!" (pgs.29-30).
*
"Que me importam agora as vossas leis? De que me servem os vossos usos, os vossos costumes, a vossa vida, o vosso Estado, a vossa fé? Que me julgue o vosso juiz, que me levem para um tribunal, para o vosso tribunal público, e direi que eu não reconheço nada. O juiz gritará: "Cale-se oficial!". E começarei a gritar: "Onde está agora esse vosso poder para me fazer obedecer? Por que a tenebrosa rotina foi destruir aquilo que me era mais caro do que tudo? O que são as vossas leis para mim, agora? Eu estou me apartando de tudo isso". Ora, pouco importa!
(...) Você não sabe com que paraíso eu a teria cercado. O paraíso estava em minha alma, eu o teria plantado em seu redor! Bem, se você não me amava, muito bem, qual o problema? As coisas poderiam ter sido assim, tudo poderia ter permanecido assim. Podia contar-me coisas apenas como a um amigo, e aí nos divertiríamos e riríamos alegremente, olhando nos olhos um do outro. Poderíamos viver assim. E caso se apaixonasse por outro, pois que fose, que importa! Você poderia ir com ele, sorindo, enquanto eu ficaria olhando do outro lado da rua...Oh, pouco importa isso tudo, a única coisa que me importa é que abra os olhos, ao menos por um único instante! (...).
A rotina! Oh, natureza! Os homens estão sozinhos na terra, essa é a desgraça! (...) Dizem que o Sol dá vida ao universo. O Sol está nascendo, olhem para ele, por acaso não é um cadáver? Tudo está morto, e há cadáveres em toda parte. Os homens estão sozinhos, rodeados pelo silêncio - isso é a terra! "Homens, amai-vos uns aos outros" - quem disse isso? De quem é esse mandamento? O pêndulo bate de um modo insensível, nauseante. São duas horas da madrugada (...). Não, falo sério, quando a levarem amanhã, o que vai ser de mim?" (pgs.87-8).
*
(Uma criatura dócil. São Paulo: Cosac Naify, 2009 [1876]).
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
Xote do edifício - Zeca Baleiro
"Se você quiser te dou meu coração
Arranco ele do peito com canivete
Dói um pouco mais depois passa
Como tudo passa, o trilho, o trem
... Se você quiser, só se você quiser
Te dou minha mão, meu pé
Uma perna, um braço
Sem eles eu passo
Sem eles eu passo muito bem
A dor que me dói, também conforta
Dói e pouco me importa então
Morrer de amor
Morrer de amor, morrer de amor
Morrer de amor não é difícil, não
Se atirar do edifício
Viver de amor é que é difícil
Se atirar"
Música para download no link:
terça-feira, 4 de outubro de 2011
My body is a Cage - Peter Gabriel (tradução)
Meu corpo é uma jaula, que me impede
De dançar com aquela que amo
Porém minha mente segura a chave
Meu corpo é uma jaula, que me impede
Meu corpo é uma jaula, que me impede
De dançar com aquela que amo,
Porém minha mente segura a chave
Eu estou em uma cena
De medo e insegurança
É uma peça horrível,
Mas eles aplaudirão mesmo assim
Meu corpo é uma jaula, que me impede
Meu corpo é uma jaula, que me impede
De dançar com aquela que amo,
Porém minha mente segura a chave
Você está perto de mim
Você está perto de mim
E minha mente segura a chave
Estou vivendo em uma época
Que chama a escuridão de luz
E apesar de minha língua estar morta,
Suas formas ainda preenchem a minha cabeça
Estou vivendo em uma época
Estou vivendo em uma época
Cujo nome não sei
E apesar do medo me manter seguindo em frente
Meu coração ainda bate tão lentamente
Meu corpo é uma jaula, que me impede
Meu corpo é uma jaula, que me impede
De dançar com aquela que amo
Porém minha mente segura a chave
Você está em pé ao meu lado
E minha mente segura a chave
Meu corpo é uma...
Meu corpo é uma jaula
Nós usamos o que nos foi dado
E só porque você esqueceu
Não quer dizer que esteja perdoado
Estou vivendo em uma época
Que grita meu nome à noite
Porém quando eu chego à saída
Não há ninguém à vista
Você está perto de mim
E minha mente segura a chave
Liberte o meu espírito...
Download da música no link:
Cena do seriado no link:
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