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domingo, 18 de fevereiro de 2018

Correspondência entre Lou Andreas-Salomé e Rainer Maria Rilke para download


"Esta coisa mais real, a qual você escreveu que gostaria de se agarrar quando suas angústias interiores o esvaziam de qualquer sensação e parecem entregá-lo ao desconhecido - essa única coisa real, você já a tem em si, escondida como uma semente, e é por isso que você não se deu conta ainda. Você a possui porque se tornou um arpento de terra onde tudo o que cai, mesmo os menores fragmentos, os pores fracassos, torpeza e detritos, deve sofrer uma elaboração unificadora que constituirá o elemento dessa semente. Portanto, pouco importa que isso se apresente primeiro como um monte de sujeira derramado sobre sua alma: tudo se transformará em terra, em você. Você nunca esteve tão perto da saúde quanto hoje" ( Lou Andreas Salomé para Rilke em 1/8/1903).


Link para download da correspondência entre Lou & Rilke:

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Fotos de Lou com Rilke:


1897

1900

1897

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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Xote do edifício - Zeca Baleiro

"Se você quiser te dou meu coração
Arranco ele do peito com canivete
Dói um pouco mais depois passa
Como tudo passa, o trilho, o trem
... Se você quiser, só se você quiser
Te dou minha mão, meu pé
Uma perna, um braço
Sem eles eu passo
Sem eles eu passo muito bem
A dor que me dói, também conforta
Dói e pouco me importa então
Morrer de amor
Morrer de amor, morrer de amor
Morrer de amor não é difícil, não
Se atirar do edifício
Viver de amor é que é difícil
Se atirar"

Música para download no link:

terça-feira, 4 de outubro de 2011

My body is a Cage - Peter Gabriel (tradução)

Meu corpo é uma jaula, que me impede
De dançar com aquela que amo
Porém minha mente segura a chave
Meu corpo é uma jaula, que me impede
De dançar com aquela que amo,
Porém minha mente segura a chave
Eu estou em uma cena
De medo e insegurança
É uma peça horrível,
Mas eles aplaudirão mesmo assim
Meu corpo é uma jaula, que me impede
De dançar com aquela que amo,
Porém minha mente segura a chave
Você está perto de mim
E minha mente segura a chave
Estou vivendo em uma época
Que chama a escuridão de luz
E apesar de minha língua estar morta,
Suas formas ainda preenchem a minha cabeça
Estou vivendo em uma época
Cujo nome não sei
E apesar do medo me manter seguindo em frente
Meu coração ainda bate tão lentamente
Meu corpo é uma jaula, que me impede
De dançar com aquela que amo
Porém minha mente segura a chave
Você está em pé ao meu lado
E minha mente segura a chave
Meu corpo é uma...
Meu corpo é uma jaula
Nós usamos o que nos foi dado
E só porque você esqueceu
Não quer dizer que esteja perdoado
Estou vivendo em uma época
Que grita meu nome à noite
Porém quando eu chego à saída
Não há ninguém à vista
Você está perto de mim
E minha mente segura a chave
Liberte o meu espírito...

Download da música no link:

Cena do seriado no link:

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Figura - Orlando Morais

Escultura "A eterna Primavera", de Rodin

A mim não importa ser a sombra
quando você é a figura
ser a situação quando você é o assunto
...

Eu nasci pra estar ao seu lado
mesmo se não estamos juntos
e é por isto que quando gritas
permaneço calado
como o sol determina
retrato falado, meu pé de laranja lima
nós somos assim como um desenho
talvez reflexo e refletor
...
Você, as imagens que tenho
as que quero
as que tenho amor


Música disponível para download no link:
http://www.4shared.com/audio/Lf9jQ_04/Orlando_morais_Figura.html

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Van Gogh - O suicida da sociedade - por Antonin Artaud

"É possível falar da boa saúde mental de Van Gogh que, no curso de toda a sua vida, apenas assou uma das mãos e, fora isso, não fez mais do que amputar a orelha esquerda, num mundo onde se come todos os dias vagina cozida à la sauce vert ou sexo de recém-nascido espancado e colérico, tal como é colhido ao sair do sexo materno.
E isto não é uma imagem, mas um fato abundante e cotidianamente repetido e observado em toda a terra.
E é assim que, por mais delirante que possa parece tal afirmação, a vida presente se mantém em sua velha atmosfera de estupro, de anarquia, de desordem, de delírio, de desregramento, deloucura crônica, de inércia burguesa, de anomalia psíquica (porque não foi o homem mas o mundo que se tornou anormal), de assumida desonestidade e de insigne hipocrisia, de sórdido desprezo por tudo o que mostre raça (...)
Isto é nocivo porque a consciência doente tem a esta altura interesse capital em não se livrar da doença.
Foi assim que uma sociedade deteriorada inventou a psiquiatra para se defender das indagações de certas mentes superiores, cuja capacidade de adivinhar a incomodava " (p.27-8).
(...) "Porque o que a pintura de Van Gogh ataca não é um determinado conformismo de costumes, mas o conformismo das próprias instituições. E nem mesmo a natureza exterior, com seus climas, marés de tempestades equinociais, pode manter, depois da passagem de Van Gogh, a mesma gravitação de antes.
Com mais razão ainda no plano social, as instituições se desagregam e a medicina afigura-se a um cadáver inútil e corrompido, que declara Van Gogh louco" (p.29).
(...) "E o que é um autêntico alienado?
É um homem que preferiu tornar-se louco, no sentido em que é socialmente entendido, a conspurcar uma certa idéia superior da honra humana.
Foi assim que a sociedade estrangulou em seus asilos todos aqueles dos quais ela quis se livrar ou se proteger, por terem se recusado a se tornar cúmplices dela em algumas grandes safadezas.
Porque um alienado é tam´bém um homem que a sociedade se negou a ouvir e quis impedí-lo de dizer insuportáveis verdades" (p.32-3).
(...) "Van Gogh não morreu de um estado de delírio próprio, e sim por ter servido corporalmente de campo a um problema em tornodo qual, desde suas origens, se debate o espírito iníquo desta humanidade, que é o da predominância da carne sobre o espírito, ou do corpo sobre a carne, ou do espírito sobre um e outro.
E onde fica neste delírio o lugar do eu humano?
Van Gogh buscou o seu durante toda a vida com uma energia e uma determinação estranhas" (p.39).
(...) "Havia muito tempo que a pintura linear pura me enlouquecia, até que encontrei Van Gogh que pintava, não linhas ou formas, mas coisas da natureza inerte como se estivessem em plena convulsão.
E inertes" (p. 45).
(...) "Cardadas pela ferramenta de Van Gogh, as paisagens mostram sua carne hostil, a hostilidade de suas entranhas expostas, que não se sabe qual estranha força por outro lado está prestes a provocar metamorfoses" (p.46).
 "A medicina nasceu do mal, se é que não nasceu da doença, e se não a provocou e criou, peça por peça, para se atribuir uma razão de existir; mas a psiquiatria nasceu da turba plebéia de seres que quiseram conservar o mal na fonte da doença e que, assim, extirparam de seu próprio nada uma espécie de guarda suíça para deter em seu nascedouro o impulso de rebelião reinvidicador que está na origem do gênio.
Há em todo demente um gênio incompreendido em cuja mente brilha uma idéia assustadora, e que só no delírio consegue encontrar uma saída para as coerções que a vida lhe preparou" (p. 53).
(...) "Van Gogh se representou a si mesmo num grande número de telas e, por mais claras que fossem, sempre tive a penosa impressão de que ele foi obrigado a mentir acerca da luz, quea Van Gogh roubaram uma luz indispensável para abrir e traçar seu caminho em si mesmo (...) porque Van Gogh era uma dessas naturezas de lucidez superior que lhes permite, em todas as circunstâncias, enxergar mais longe infinita e perigosamente mais longe do que o real imediato e aparente dos fatos (...). No fundo de seus olhos de carniceiro, que parecem depilados, Van Gogh se entregava sem interrupção a uma dessas operações de alquimia sombria, que tomam a natureza por objeto e o corpo humano por caldeirão ou cadino" (p.55-6).
(...) "Nunca ninguém escreveu ou pintou, esculpiu, construiu, inventou, a não ser para sair do inferno.
Prefiro, para sair do inferno, as naturezas desse convulsionário tranquilo às fervilhantes composições de Breughel, o Velho, ou de Jerônimo Bosch, que, em face dele, são artistas, enquanto que Van Gogh é apenas um pobre ignorante que se esforça para não se enganar" (p.61).
(...) o pensamento é o luxo da paz (...) a humanidade não quer pagar o preço de viver, de entrar neste conflito natural de forças que conpõem a realidade para extrair daí um corpo que nenhuma tempestade poderá danificar. Ela preferiu contentar-se em simplesmente existir.
Quanto à vida, é no gênio do artista que ela tem o hábito de ir procurá-la.
Ora, Van Gogh, que tinha assado a própria mão, jamais teve medo de guerrear para viver, isto é, para arrebatar o fato de viver à idéia de existir, e tudo pode certamente existir sem pagar o preço de ser, e tudo pode ser sem pagar, como Van Gogh, o desatinado, o preço de irradiar e de rutilar.
Foi isto que a sociedade lhe arrebatou para fazer a cultura turca, esta honestidade de fachada que tem o crime como origem e apoio.
E por isso Van Gogh morreu suicidado, visto que o consenso da consciência geral não pode mais tolerá-lo.
(...) Só a guerra perpétua explica uma paz que é apenas passagem, assim como o leite prestes a derramar explica a caçarola na qual ferve.
Desconfie das belas paisagens de Van Gogh turbilhonantes e pacíficas,convulcionadas e pacificadas.
É a saúde entre duas recaídas da febreardente que vai passar.
É a febre entre duas recaídas de uma inssureição de boa saúde.
Um dia a pintura de Van Gogh armada de febre e de boa saúde, voltará para lançar no ar a poeira de um mundo enjaulado que seu coração já não podia suportar "(p.79-81).
(In: Van Gogh - O suicida da sociedade. Rio de Janeiro: José Olympio, 2007).

Download do livro disponível no link:

segunda-feira, 11 de abril de 2011

La vie en rose - Edith Piaf (tradução)

Olhos que fazem baixar os meus
Um riso que se perde em sua boca
Ai está o retrato sem retoque
Do Homem a quem eu pertenço
Quando ele me toma em seus braços
ele me fala baixinho
Vejo a vida cor-de-rosa
Ele me diz palavras de amor
Palavras de todos os dias
E isso me toca
Entrou no meu coração
Um pouco de felicidade
Da qual eu conheço a causa
É ele pra mim,eu pra ele na vida,
Ele me disse, jurou pela vida.
E assim que eu o vejo
Então sinto em mim
Meu coração que bate
Noites de amor que não acabam mais
Uma grande felicidade que toma seu lugar
Os aborrecimentos e as tristezas se apagam
Feliz, feliz até morrer
Download da música disponível no link:

domingo, 3 de abril de 2011

Al di lá - Emilio Pericoli (tradução)

Romeu & Julieta - Rodin


Não acreditava possível se pudessem dizer, estas palavras:
Além do bem mais precioso,estás tu.
Além do sonho mais ambicioso,estás tu.
Além das coisas mais belas,
além das estrelas, estás tu,além, estás tu, para mim,
para mim, somente para mim.
Além do mar mais profundo, estás tu.
Além dos limites do mundo, estás tu.
Além do horizonte, além da vida,
estás tu, além, estás tu para mim.


Download da música disponível no link:
http://www.4shared.com/audio/W_8Q9rlD/093_-_Emilio_Pericoli_-_Al_di_.htm

sexta-feira, 25 de março de 2011

Água viva - Clarice Lispector

"A harmonia secreta da desarmonia: quero não o que está feito mas o que tottuosamente ainda se faz. Minhas desequilibradas palavras são o luxo do meu silêncio".
*
"O dia parece a pele esticada e lisa de uma fruta que numa pequena catástrofe os dentes rompem, o seu caldo escorre. Tenho medo do domingo maldito que me liquidifica".
*
"Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero é uma verdade inventada".
*
"O que mais me emociona é que o que não vejo contudo existe. Porque então tenho aos meus pés todo um mundo desconhecido que existe pleno e cheio de rica saliva. A verdade está em alguma parte: mas inútil pensar. Não a descobrirei e no entanto vivo dela".
*
"Criar a si próprio um ser é muito grave. Estou me criando. E andar na escuridão completa à procura de nós mesmos é o que fazemos. Dói. Mas é dor de parto: nasce uma coisa que é. É-se. É duro como uma pedra viva".
*
"De novo estou de amor alegre. O que és eu respiro depressa sorvendo o teu halo de maravilha antes que se finde no evaporado o ar. Minha fresca vontade de viver-me e de viver-te é a tessitura mesma da vida? A natureza dos seres e das coisas - é Deus? Talvez então se eu pedir muito à natureza, eu paro de morrer? Posso violentar a morte e abrir-lhe uma fresta para a vida?"
*
"Ao amanhecer eu penso que nós somos os contemporâneos do dia seguinte: que o Deus me ajude. Estou perdida.  Preciso terrivelmente de você. Nós temos que ser dois. Para que o trigo fique alto.".
Livro disponível para download:


sábado, 26 de fevereiro de 2011

Primeiras Estórias - Guimarães Rosa (fragmentos)

"Ela se desescondia dele. Inesperavam-se? (...). Suas duas almas se transformaram? E tudo à razão do ser (...) Amavam-se".
*
"A vida é constante, progressivo desconhecimento".
"E, se, para quê? Se ninguém entende ninguém; e ninguém entenderá nada, jamais; esta é a prática verdade".
*
"Sem saber o amor, a gente não pode ler romances grandes".
"Acontecia o não-fato, o não-tempo, silêncio em sua imaginação. Só o um-e-outra, um em si juntos, o viver em ponto sem parar, coraçãomente: pensamento, pensamor. Alvor. Avançavam, parados, dentro da luz, como se fosse no dia de todos os pássaros".
"O medo é a extrema ignorância em momento muito agudo".
*
"A gente devia poder parar de estar tão acordado, quando precisasse, e adormecer seguro".
"E vindo o outro dia, no-não-estar-mais-dormindo e não-estar-ainda-acordado..."
*
"A gente nunca podia apreciar direito, mesmo as coisas bonitas ou boas, que aconteciam. Ás vezes, porque sobrevinham depressa e inesperadamente, a gente nem estando arrumado. Ou esperadas, e então não tinham gosto de tão boas, eram só um arremedado grosseiro. Ou porque as outras coisas, as ruins, prosseguiam também, de um lado e de outro, não deixando limpo lugar. Ou porque faltavam ainda outras coisas, acontecidas em diferentes ocasiões, mas que careciam de formar junto com aquelas, para o completo".

(Imagens do filme Caminhando nas Nuvens)

Primeiras Estórias p/ download: http://www.mediafire.com/?nttjy1gy3m3

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

XI Encontro Nacional da AFCL - Anais

Os Anais do encontro estão disponíveis para download no link:

Excelentes textos de Vera Pollo, Jairo Gerbase, Ana  Prates, dentre outros tantos, e o artigo que escrevi com meu orientador, Daniel Migliani Vitorello: "Da ilusão de completude ao encontro simbólico: a peregrinação amorosa do sujeito desejante em "Uma Aprendizagem ou o livro dos prazeres", de Clarice Lispector".
Não há palavras suficientes para descrever este romance de Clarice; só lendo...
Download disponível no link: