Hoje parei no cruzamento da Lins com a Vergueiro, em sampa, e fui capturada pelo nome entalhado na placa da padaria de esquina: “lagoa azul”.
Lagoa azul, tal como naquele filme dos anos 80 que ganhou sequência e diversas reprises na tv. Imediatamente me transportei para a ilha onde, longe da civilização, dois jovens cresceram, se apaixonaram e decidiram ali permanecerem. “Se na ficção houve quem colocasse em primeiro lugar o que realmente conta, haveria quem o fizesse nesta desvairada realidade?”, devaneei.
Lagoa azul, tal como naquele filme dos anos 80 que ganhou sequência e diversas reprises na tv. Imediatamente me transportei para a ilha onde, longe da civilização, dois jovens cresceram, se apaixonaram e decidiram ali permanecerem. “Se na ficção houve quem colocasse em primeiro lugar o que realmente conta, haveria quem o fizesse nesta desvairada realidade?”, devaneei.
- Quer comprar flores? – é a pergunta com a qual o ambulante me retirou do mergulho em minhas profundezas.
- Hoje não. “Não tenho para quem levá-las”, pensei. “Existirá quem compre toda esta variedade de rosas que o vendedor cuidadosamente carrega nos braços enquanto circula entre os carros?”.
Como que em resposta a minha incredulidade, um braço no carro à frente se estendeu, comprando não uma, mas várias rosas, todas cuidadosamente escolhidas.
Segui o meu caminho, muito trânsito e calor.
Parei em uma cafeteria, pedi refrigerante diet. Enquanto observava o movimento, me detive em uma senhora que, numa mesa próxima à janela, esperava – ela batia os dedos ligeiramente na mesa, e vez por outra, tímida, levantava os olhos em direção à porta, para em seguida os voltar, desiludida, ao chão. Alguns minutos se passaram antes que um sujeito com aroma de almíscar entrasse. Ele se aproximou da dama, tomou as mãos dela entre as suas e as beijou com delicadeza. Ela, fracassando em se conter, abriu largo sorriso.
Há tanta coisa errada, violência, medo, assustadora indiferença. Mas se nos atentarmos para os cruzamentos, frestas de janela, cafeterias, atrás das árvores, dos vidros embaçados e nos recônditos, iremos esbarrar nele. Sim Criolo, existe. Existe amor em SP.
- Hoje não. “Não tenho para quem levá-las”, pensei. “Existirá quem compre toda esta variedade de rosas que o vendedor cuidadosamente carrega nos braços enquanto circula entre os carros?”.
Como que em resposta a minha incredulidade, um braço no carro à frente se estendeu, comprando não uma, mas várias rosas, todas cuidadosamente escolhidas.
Segui o meu caminho, muito trânsito e calor.
Parei em uma cafeteria, pedi refrigerante diet. Enquanto observava o movimento, me detive em uma senhora que, numa mesa próxima à janela, esperava – ela batia os dedos ligeiramente na mesa, e vez por outra, tímida, levantava os olhos em direção à porta, para em seguida os voltar, desiludida, ao chão. Alguns minutos se passaram antes que um sujeito com aroma de almíscar entrasse. Ele se aproximou da dama, tomou as mãos dela entre as suas e as beijou com delicadeza. Ela, fracassando em se conter, abriu largo sorriso.
Há tanta coisa errada, violência, medo, assustadora indiferença. Mas se nos atentarmos para os cruzamentos, frestas de janela, cafeterias, atrás das árvores, dos vidros embaçados e nos recônditos, iremos esbarrar nele. Sim Criolo, existe. Existe amor em SP.
Olá! Conheci hoje o seu blog e estou fascinada com tamanha sensibilidade e erudição. Parabéns! Gisele
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