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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Trecho do livro Paranóia - Renata Udler Cromberg

"Para o psicanalista, diante deste modelo classificatório, que é o padrão oficial atual da psiquiatria brasileira, impõe-se a pergunta sobre qual o lugar do sujeito do desejo nesta nova concepção da mente que parecia criar como única verdade possível ao sujeito, "os humores contidos nas entranhas do neurônio". O aparelho psíquico não é uma realidade biológica, neuronal e cerebral. O desejo que está no cerne do humano e das suas produções psíquicas e espirituais subverte a hegemonia da condição biológica humana, que colocaria o homem como mero efeito da regulação de uma engrenagem maquinária, subvertendo o tempo cronológico dos ritmos biológicos pelas novas relações temporais que torna possível, entre passado e futuro, e que aparecem, por exemplo, em manifestações psíquicas como o sonho. Assim, o que define o diagnóstico em psicanálise não é a conduta, mas a posição subjetiva diante do sintoma. Um sintoma tem um sentido que é independente das vicissitudes do organismo" .
(Renata Udler Cromberg. A paranóia.  3 ed. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2006, p.27).

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