"Para que tantas palavras se você não pode me ouvir? Minha vida se faz ao ser contada e minha memória se fixa com a escrita; o que não ponho em palavras, no tempo se apaga (...) Jogo-me nestas páginas numa tentativa irracional de vencer meu terror, parece que, dando forma a esta devastação, poderei ajudar você a me ajudar, o meticuloso exercício da escrita pode ser a nossa salvação" - (pp. 16-17).
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"Posso viver por você? Tê-la dentro de meu corpo para que viva os cinquenta ou sessenta anos que foram roubados? Não quero sua lembrança, quero viver sua vida, ser você, que ame, sinta e possa palpitar dentro de mim, que cada gesto meu seja um gesto seu, que minha voz seja sua voz. Vou me anular, desaparecer para que você tome posse de mim, que sua incansável e alegre bondade substitua completamente meus medos antigos, minhas pobres ambições, minha vaidade exausta" - (p.419).
(In. Paula. Isabel Allende. Rio de Janeiro: BestBolso, 2010).
"Se é correto que a morte não existe e que somente morremos quando nos esquecem, minha filha viverá por muito tempo" - (Isabel Allende no Prólogo do livro Cartas à Paula. Rio de Janeiro: Bertrand, 1997, p.22).
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