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sábado, 25 de dezembro de 2010

O amor para Lacan

"O que inicia o movimento de que se trata no acesso ao outro que nos é dado pelo amor é este desejo pelo objeto amado que eu compararia, se quisesse imajá-lo, à mão que se adianta para pegar o fruto quanto maduro, para atrair a rosa que se abriu, para atiçar a chama na lenha que de súbito se inflamou (...). Mas quando, nesse movimento de pegar, de atrair, de atiçar, a mão foi longe o bastante em direção ao objeto, se do fruto, da flor, da acha sai uma mão que se estende ao  encontro da mão que é a de vocês, e neste momento é sua mão que se de~´em fixa na plenitude fechada do fruto, aberta da flor, na explosão de uma mão em chama - então, o que aí se produz é o amor".

Vitorello apud Lacan em:"Mantenha distância: o imaginário obcessivo de Nelson Rodrigues". São Paulo: Annablume, 2009.110p.
Fotos de Lee Miller. 

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Uma conversa sobre o amor - Jacques Alain Miller

Transcrição do que Jacques Alain-Miller chamou de "uma conversa" no Simpósio do Campo Freudiano em Buenos Aires, em 20/07/88, que foi publicada primeiramente em "Clínica Psicanalítica: desejo e gozo", do Fundo Editorial do Simpóssio do Campo Freudiano, depois em "Conferências portenhas: desde Lacan" - Jacques Alain Miller (em espanhol), e no Brasil, na revista eletrônica "Opção Lacaniana", ano I, n II, de julho de 2010.
Alain-Miller trata sobre o amor, partindo dos textos "Contribuições à Psicologia do Amor", "Sobre um tipo particular de escolha do objeto no homem", "Sobre a mais generalizada degradação da vida amorosa", e "O tabu da virgindade", todos de Sigmund Freud, e os articula ao texto "A significação do falo", de Jacques Lacan. Discorre sobre como se relacionam os homens com as mulheres e como se escolhem uns aos outros; sobre as condições de amor, e responde algumas questões:
1. A falta de amor pode ser a envoltura formal do sintoma?
2. O que quer dizer a frase de Lacan de que o amor permite aogozo condescender ao desejo?
3. Como o gozo autoerótico na histeria se engancha ao desejo do Outro?
4. A propósito do mito de Don Juan, qual a diferença entre o "uma por uma", que fornece uma série infinita, e o "todo", que aparece saturado?
5. Qual a diferença entre a perversão e a escolha homossexual do objeto?
6. O que quer dizer a frase de Lacan de que os homossexuais são curáveis?
fotos de Cartier-Bresson

Excelente texto de 32 páginas que vale a pena ler com toda a atenção.
Disponível no link:

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

É um querer mais que bem querer - Florbela Espanca

Gosto de ti apaixonadamente,
De ti és a vitória, a salvação,
De ti que me trouxeste pela mão
Até o brilho desta chama quente.
*
A tua linda voz de água corrente
Ensinou-me a cantar...e essa canção
Foi ritmo nos meus versos de paixão
Foi graça no meu peito de descrente.
*
Bordão a amparar minha cegueira,
Da noite negra o mágico farol,
Cravos rubros a arder numa fogueira.
*
E eu, que era neste mundo uma vencida,
Ergo a cabeça ao alto, encaro o Sol!
Águia real, aponta-mes a subida!

Cary Grant e Audrey Hupburn no filme Charada

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Psicanálise - Mário Quintana

Uma homenagem a uma pessoa muito interessante que conheci através deste blog, Coraline Jones:
"A Psicanálise? Uma das mais fascinantes modalidades do gênero policial, em que o detetive procura desvendar um crime que o próprio criminoso ignora."

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Entrevista com Clarice Lispector (1977)- Parte 5

Entrevista com Clarice Lispector (1977) Parte 4

Entrevista com Clarice Lispector (1977) Parte 3

Entrevista com Clarice Lispector (1977) Parte 2

Entrevista Clarice Lispector - Parte 1

Entrelinhas - Especial Freud parte 3

Entrelinhas - Especial Freud parte 2

Entrelinhas - Especial Freud parte 1

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Amor- Fernando Pessoa

Amar e saber o que é amar são coisas diferentes. Amar é um acontecimento que nunca se esquece; é inventar sentidos para a existência no mundo. Saber o que é amar é impossível, porque quem ama nunca sabe o que ama, nem porque ama, nem o que é amar.
Fernando Pessoa

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

domingo, 10 de outubro de 2010

Eu que não sei quase nada do mar - Maria Bethânia

Garimpeira da beleza
Te achei na beira de você me achar
Me agarra na cintura, me segura e jura que não vai soltar
E vem me beijando toda, me deixando tonta de tanto prazer
Navegando nos meus seios, mar partindo ao meio
Não vou esquecer
*
Eu que não sei quase nada do mar
Descobri que não sei nada de mim
*
Clara, noite rara, nos levando além da rebentação
Já não tenho medo de saber quem somos na escuridão
*
Me agarrei em seus cabelos
Tua boca quente pra não me afogar
Tua língua correnteza lambe minhas pernas
Como faz o mar
E vem me beijando toda, me deixando tonta de tanto prazer
Navegando nos meus seios, mar partindo ao meio
Não vou esquecer