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segunda-feira, 11 de abril de 2011

La vie en rose - Edith Piaf (tradução)

Olhos que fazem baixar os meus
Um riso que se perde em sua boca
Ai está o retrato sem retoque
Do Homem a quem eu pertenço
Quando ele me toma em seus braços
ele me fala baixinho
Vejo a vida cor-de-rosa
Ele me diz palavras de amor
Palavras de todos os dias
E isso me toca
Entrou no meu coração
Um pouco de felicidade
Da qual eu conheço a causa
É ele pra mim,eu pra ele na vida,
Ele me disse, jurou pela vida.
E assim que eu o vejo
Então sinto em mim
Meu coração que bate
Noites de amor que não acabam mais
Uma grande felicidade que toma seu lugar
Os aborrecimentos e as tristezas se apagam
Feliz, feliz até morrer
Download da música disponível no link:

domingo, 10 de abril de 2011

Michel Foucault: Filosofía y Psicología (1965) 3/3

Michel Foucault: Filosofía y Psicología (1965) 2/3

Michel Foucault: Filosofía y Psicología (1965) 1/3

Jacques Lacan - reinventar el psicoanalisis PARTE 7

Jacques Lacan - reinventar el psicoanalisis PARTE 6

Jacques Lacan - reinventar el psicoanalisis PARTE 5

Jacques Lacan - reinventar el psicoanalisis PARTE 4

Jacques Lacan - reinventar el psicoanalisis PARTE 3

Jacques Lacan - reinventar el psicoanalisis PARTE 2

Jacques Lacan - reinventar el psicoanalisis PARTE 1

sábado, 9 de abril de 2011

Taare zameen par - Como estrelas na terra

"A cada dia basta o seu fardo".
Winnicott citando o "Evangelho segundo Mateus",
no livro Natureza Humana.
"Cada criança tem capacidades e habilidades únicas.
Mas não, todos preferem apontar o dedo e julgar (...).
Nessa corrida desesperada alimentam cavalos de competição, não crianças.
Forçar crianças a carregar o fardo de suas ambições é pior que trabalho infantil.
E se a criança não puder carregar o fardo?".
*
"Estagnação traz tristeza,
o frescor traz alegria,
como aroma de um pão saindo do forno".
"Seu potencial é infinito como o céu".
*
"Você encontrará o seu propósito onde encontrar felicidade".

Trailer do filme:

Letra de uma das músicas do filme (traduzida):

As confissões de Auschwitz - Elisabeth Roudinesco

"No genocídio, não é simplesmente o outro que se busca aniquilar, mas seu genos".
O crime de Auschwitz pretendia efetivamente domesticar a seleção natural das espécies, a ponto de substituí-la por uma ciência da raça fundada numa suposta redefinição biológica da humanidade. Como consequência disso, os nazistas haviam se arrogado o direito de decidir quem devia ou não habitar o planeta Terra. Da mesma forma, o mal radical era fruto de um sistema que repousava na idéia de que o homem, enquanto tal, podia ser julgado supérfluo. (...)
Esta é a singularidade de Auschiwitz, diferente de todos os grandes atos de barbárie do século XX - a Kolyma (o gúlag) ou Hiroshima. O nazismo inventou efetivamente um modo de criminalidade que perverte não apenas a razão de Estado, como, mais ainda, a própria pulsão criminal, uma vez que, em tal configuração, o crime é cometido em nome de uma norma racionalizada e não enquanto expressão de uma transgressão ou de uma norma não domesticada. (...).
Convinha então nomear essa singularidade. E eis por que a corte do Tribunal de Nuremberg, que veioa julgar quatro tipos de crimes - crimes contra a paz, de guerra, contra a humanidade, e plano premeditado de cometer um desses três crimes -, adotou o termo genocídio.

O nazismo mostra como um Estado, trabalhando em sentido contrário aos ideais do Iluminismo, pôde perverter-se a ponto de chegar, ao cabo de um confinamento no mal radical, a instrumentalizar a ciência com fins de destruir a própria humanidade. Igualmente, trouxe à tona, a fim de melhor dominá-la, a parte subterrâmea e recalcada de um real dos instintos, dos corpos e das paixões que a civilização não cessara de combater. Sistema perverso, o nazismo terá tido como objetivo eliminar o que ele apontava como um povo de perversos, e, em meio a esse povo, os judeus, julgados mais perversos que os demais.
Nesse aspecto, seu principal representante - o Fuhrer - não foi nada mais, como Kershaw bem assinalou, que uma criatura vazia e inconsistente, cujo único "afrodisíaco" foi exercer um poder sobre os seus próximos, sobre as massas e sobre a Alemanha (...).

Se os místicos haviam alimentado a fantasia de aniquilar o corpo para oferecer a Deus o espetáculo de uma subjugação libertadora, se os libertinos e Sade tinham, contra Deus, promovido o corpo como único lugar do gozo e, por fim, se os sexólogos haviam se inclinado a domesticar seus prazeres e seus furores criando um "catálogo das perversões", os nazistas vieram a levar quase ao seu termo uma espécie de matamorfose estatizada das múltiplas figuras da perversão. Em ssuma, fizeram da ciência o instrumento de um gozo do mal que, escapando a toda representação do sublime e do abjeto, do lícito e do ilícito, permitiu-lhes designar a coletividade dos homens - isto é, a espécie humana - como um povo de perversos a ser reduzido a dejetos contabilizáveis e coisificados: carnes, ligamentos, músculos, ossos, mãos, pele, dentes, olhos, órgãos, pêlos, cabelos.
Compreendemos então por que Adorno se perguntou - com certeza equivocadamente - se era possível "pensar depois de Auschwitz", de tal maneira que a crença numa reconciliação entre a razão e sua parte maldita arriscava-se, mais uma vez, a fracassar.

(In: A parte obscura de nós mesmos. Rio de Janeiro: Zahar, 2008. p.130-162).

Mais trechos do livro de Roudinesco disponível em:


sexta-feira, 8 de abril de 2011

O que é a verdade? - Nietzsche

"Que é então a verdade? Um exército móvel de metáforas, de metonímias, de antropomorfismos; em resumo, uma soma de relações humanas que foram poética e retoricamente intensificadas, transportadas e adornadas e que, depois de um longo uso, parecem a um povo fixas, canônicas e vinculativas: as verdades são ilusões que foram esquecidas enquanto tais, metáforas que foram gastas e que ficaram esvaziadas do seu sentido, moedas que perderam o seu cunho e que agora são consideradas não mais como moedas, mas como metal".

Foucault adorou isso.....eu também....

Repostagem de um belo blog, Eclipse Mental. Visitem:


domingo, 3 de abril de 2011

Al di lá - Emilio Pericoli (tradução)

Romeu & Julieta - Rodin


Não acreditava possível se pudessem dizer, estas palavras:
Além do bem mais precioso,estás tu.
Além do sonho mais ambicioso,estás tu.
Além das coisas mais belas,
além das estrelas, estás tu,além, estás tu, para mim,
para mim, somente para mim.
Além do mar mais profundo, estás tu.
Além dos limites do mundo, estás tu.
Além do horizonte, além da vida,
estás tu, além, estás tu para mim.


Download da música disponível no link:
http://www.4shared.com/audio/W_8Q9rlD/093_-_Emilio_Pericoli_-_Al_di_.htm

Freud e a perversão - Elisabeth Roudinesco

Freud nunca foi um grande leitor de Sade, mas partilhava com ele, sem o saber, a idéia segundo a qual a existência humana caracteriza-se menos por uma aspiração ao bem e à virtude que pela busca de um permanente gozo do mal: pulsão de morte, desejo de crueldade, amor ao ódio, aspiração ao infortúnio e ao sofrimento. Pensador do iluminismo sombrio, e não do anti-Iluminismo, Freud reabilitou a idéia segundo a qual a perversão é necessária à civilização enquanto parte maldita das sociedades e parte obscura de nós mesmos. Porém, em vez de enraizar o mal na ordem natural do mundo e de fazer da animalidade do homem sinal de uma inferioridade insuperável, preferiu sustentar que apenas o acesso à cultura permite arrancar a humanidade de sua própria pulsão de destruição. "Os pensadores sombrios", escreverá Theodor Adorno:

que não desistem da idéia da inafiançavel malignidade da natureza humana e que proclamam com pessimismo a necessidade da autoridade - Freud nesse aspecto situa-se ao lado de Hobbes, Mandeville e Sade - não podem ser escorraçados com uma bofetada. Em seu próprio meio, nunca foram bem-vindos.

A pulsão destruidora, dizia Freud, é a condição primordial de toda sublimação, uma vez que a característica do homem - se é que esta existe - não é senão a aliança, no próprio homem, da mais poderosa barbárie e do grau mais elevado de civilização, uma espécie de passagem da natureza à cultura. "Podemos considerar", escreve Marie Bonaparte em 1937, "a pulsão de exploração, a curiosidade intelectural, como uma sublimação completa do instinto agressivo ou destruidor".
Nunca é o bastante insistir de que Freud foi o único cientista de sua época - depois de muitas divagações - a deixar de ver no trio infernal do homossexual, da histérica e da criança masturbadora a encarnação da noção de perversão reduzida à inépcia. E assim como deixou de querer domesticar a perversão ao atribuir seus pretensos estigmas a personagens excluídos da procriação, da mesma forma abandonou as classificações oriundas da sexologia, rompendo, por conseguinte, com o princípio de uma descrição voyeurista - isto é, perversa - das perversões sexuais. Substituiu esse dispositivo por uma conceitualização do mecanismo psíquico da perversão, assumindo todavia o risco de desprezar a longa ladainha das confissões oferecidas à medicina mental pelo povo dos perversos.

Da mesma forma, conferiu uma dimensão essencialmente humana à estrutura perversa - gozo do mal, erotização do ódio, e não tara, degenerescência ou anomalia-, para fazer dela, no plano clínico, o produto de uma dimensão polimorfa herdade seja de um culto sexual primitivo, seja do desenvolvimento de uma sexualidade infantil sem rédeas, seja de uma renegação radical da diferença anatômica dos sexos. "As perversões, cujo negativo é a histeria, devem ser consideradas vestígios de um culto sexual primitivo, que foi inclusive, no Oriente semítico, uma religião". Escreve ainda: "Estamos agora em condições de concluir que há com efeito algo de inato na base das perversões, mas algo que todos os homens partilham e que, enquanto predisposição, é suscetível de variar em sua intensidade".
Foi dessa forma que Freud introduziu no psiquismo o que poderíamos chamar de um universal da diferença perversa: todo homem é habitado pelo crime, o sexo, a transgressão, a loucura, a negatividade, a paixão, o desvario, a inversão etc. Mas nenhum hhomem pode estar determinado, em vida e previamente, por um destino que o torne inapto a qualquer superação de si.
(...) Em resumo, diremos que, até Freud, as perversões sexuais eram vistas, no dicurso da medicina positivista, como desvios sem retorno em relação a uma norma. (...). Com Freud, ao contrário, a dimensão perversa foi concebida como uma passagem obrigatória para a normalidade: uma normalidade de contornos difusos, cada sujeito podendo então definir-se como um ex-perverso que se tornou normal, após ter integrado, como interditos importantes, os princípios da Lei. (...) Ao mostrar que a disposição perversa é a característica do homem, que todo sujeito a carrega em si potencialmente - e que assim a patologia esclarece a norma-, Freud afirmava também que o único limite ao desenvolvimento abjeto da perversão só pode advir de uma sublimação encarnada pelos valores do amor, da educação, da Lei e da civilização.
(...) ao contrário da medicina mental que buscava, mediante a dessacralização, circunscrever, controlar ou erradicar as perversões, Freud reportava a perversão a uma categoria antropológica da própria humanidade.

(In: A parte obscura de nós mesmos - Uma história dos perversos. Rio de Janeiro: Zahar, 2008. p.99-104).