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quinta-feira, 29 de julho de 2010

O conceito de paixão (trechos)

Gérard Lebrun
Cartier-Bresson na cidade luz

“Domínio das paixões, e não enfraquecimento ou extirpação das paixões. Quanto maior é a força do querer, tanto mais liberdade damos às paixões” – Nietzsche

Cartier-Bresson na Romênia

“Destruir as paixões e os desejos, só por causa de sua tolice e para evitar suas conseqüências desagradáveis, parece-me uma manifestação aguda de tolice. Não admiramos mais os dentistas que extraem os dentes para evitar que incomodem mais” – Nietzsche


Robert Doisneau
Uma vez que as paixões não são nem mórbidas nem demoníacas, sou ainda mais responsável pelo mau uso que delas possa fazer.
Resta que eu possa ter sido vítima de uma infância infeliz (...). Talvez. (...) em compensação (...) na vida há sempre um momento em que cabe a mim não contrair maus hábitos.
(...) Ora, não é verdade que a paixão possa me obrigar, propriamente falando, no sentido em que um lutador mais robusto force seu adversário a curvar-se perante ele.
Como distintivo de minha passividade, não é, porém, uma justificativa. Também não é verdade que ela me torna ignorante daquilo que faço, pois não podemos brincar com a palavra ignorância. Édipo, sem dúvida, ignorava que o viajante que feria fosse seu pai, motivo pelo qual seu parricídio pode ser considerado “involuntário”. Mas aquele que age sob o impulso da cólera ou da luxúria é como um homem que comete um crime em estado de embriaguez: cabe-lhe moderar sua paixão, como cabe ao bêbado não se embriagar.

(...) Se a paixão é um componente de minha natureza e de minha saúde é porque (...) ela é dominável.

“Todo homem com saúde é um doente que se ignora” – Jules Romains

“Nada de grande se fez sem paixão” – Hegel

Cartier-Bresson

(In: Os sentidos da paixão. Org. Adauto Novaes. Companhia de Bolso, 2009)

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