Ao coração que sofre, separado
Do teu, no exílio em que a chorar me vejo
Não basta o afeto simples e sagrado
Com que das desventuras me protejo.
Não me basta saber que sou amado
Nem só desejo o teu amor: desejo
Ter nos braços teu corpo delicado,
Ter na boca a doçura de teu beijo.
E as justas ambições que me consomem
Não me envergonham: pois maior baixeza
Não há que a Terra pelo céu trocar
E mais eleva o coração de um homem
Ser de homem sempre e, na maior pureza
Ficar na Terra e humanamente amar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário