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domingo, 5 de agosto de 2012

Uma carta de amor de Walter Benjamin

Walter Benjamin conheceu Anna Maria  Blaupot ten Cate em maio de 1933, em Berlin, durante a queima de livros pelos nazistas. Tendo reencontrado a amada durante o exílio em Ibiza, Benjamin escreve, aproximadamente em 6/8/33:
"...Você é o que eu jamais poderia amar numa mulher: você ... é muito mais. Das suas feições surge tudo o que a torna de mulher a guardiã (Hüterin), de mãe a puta (Hure).
Você transforma uma em outra e a cada uma confere mil formas. Em seus braços o destino pararia para sempre de me encontrar. Sem susto e sem nenhum risco, ele poderia deixar de me surpreender.
O silêncio profundo que paira em torno de você indica o quão distante você está daquilo que te preocupa. Nesse silêncio acontece a mudança das figuras: seu interior. Elas jogam uma nas outras como as ondas: puta e sibila, ampliando mil vezes.”
(Fonte: citado por Carla Milani Damião no artigo: Pequena incursão sobre imagens femininas nos escritos benjaminianos. Disponível em: http://www.raf.ifac.ufop.br/pdf/artefilosofia_04/artefilosofia_04_02_eros_filosofia_03_carla_milani_damiao.pdf).  

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