Ah! Quando face a face te contemplo
E me queimo na luz do teu olhar
E no mar de tu´alma afogo a minha
E escuto-te a falar.
Quando bebo no teu hálito mais puro
Que o bafejo inefável das esferas
E miro os róseos lábios que aviventam
Imortais primaveras.
Tenho medo de ti! Sim, tenho medo
Porque pressinto as garras da loucura
E me arrefeço aos gelos do ateísmo
Soberba criatura!
Oh! Eu te adoro como adoro a noite
Por alto mar sem luz, sem claridade
Entre as refegas do tufão bravio
Vingando a imensidade!
Como adoro as florestas primitivas
Que aos céus levantam perenais folhagens
Onde se embalam nos coqueiros presas
As redes dos selvagens!
Como adoro os desertos e as tormentas
O mistério do abismo e a paz dos ermos
E a poeira dos mundos que prateia
A abóbada sem termos!
Como tudo que é vasto, eterno e belo
Tudo o que traz de Deus o nome escrito!
Como a vida sem fim que além me espera
No seio do infinito!
Absolutamente soberbo, pura expressão da alma!
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